Já se apanhou a ter uma reação desproporcionada diante de uma situação cotidiana?

Sentiu que não é ouvido ou que as suas relações são superficiais?

Estes podem ser alguns dos indicadores que dão o “alerta” de estar em piloto automático.

Sem dúvidas, viver no automático repercute-se não só na saúde emocional, mas também no bem-estar físico. Sintomas como tristeza, ansiedade, insônia e cansaço demonstram o quanto estamos desconectados do nosso centro.

A expressão “piloto automático” tem sido usada com determinada frequência para descrever um estado mental onde o ser humano implementa a sua ação sem uma intenção consciente ou ainda sem a real percepção sensorial da situação presente vivida.

Quando pensarmos na quantidade de tarefas repetitivas que executamos todos os dias sem nos darmos conta do processo, podemos até avaliar este funcionamento do cérebro como um comportamento positivo e de certa forma “económico” pois a nossa mente tira a atenção destas tarefas para poupar energia e evitar a fadiga.

O desafio instala-se quando já não conseguimos reconhecer as situações em que podemos estar no estado “automático” e aquelas em que é fundamental estar com a atenção plena e a escuta ativa. Em contexto educativo, este desafio é ainda maior porque cada um dos “atores” no processo está encerrado nas suas tarefas e por vezes, nem sequer consegue aperceber-se da necessidade do outro.

Se não colocarmos toda a nossa atenção na forma como comunicamos e nos acostumarmos a fazê-lo de maneira automática, reativa, sem nenhuma presença, é frequente a criação de conflito até com aqueles que mais amamos ou com quem precisamos de nos relacionar diariamente.

E agora?

Em “piloto automático” temos desconfortos que entendemos ser a normalidade. Quantas vezes passamos horas a pensar em situações hipotéticas que provavelmente não irão acontecer? Isso é sinal de uma mente acelerada, desconectada da nossa essência.

O primeiro passo para evitar que tal aconteça, é tomar consciência que estamos em “piloto automático” e regressar a nós, ao momento presente, ao agora. Muitas vezes, basta, em instantes, concentrarmo-nos numa respiração mais profunda ou afastarmo-nos fisicamente daquela situação. O desafio é parar para entrar em contacto com o que sentimos e os padrões de resposta que criamos.

A identificação dos padrões permite-nos escolher qual é o tipo de resposta que pretendemos diante de cada situação, sendo uma decisão consciente. Anotar padrões num caderninho pode ser um bom exercício de identificação de processos individuais ou de “gatilhos”.

Comece hoje!

Crie um novo hábito: tenha um caderninho e inicie a anotação dos seus padrões: quando entro em “piloto automático”? Quais são os tipos de reacções que tenho? Qual o impacto destas minhas ações no outro?

A expressão escrita, por si só, já é um momento de reflexão. Anote sentimentos provindo de situações desafiantes durante o seu dia. Vai assim começar a perceber se diante de cada uma destas situações gostaria de ter reagido de outra forma e diante dessa mudança, qual poderia ter sido o resultado e impacto no outro. A prática da Comunicação Consciente requer, acima de tudo, presença.

Outras ações são também importantes:

· Mantenha o foco nas suas atividades e procure fazer uma coisa de cada vez.
· Escute com intenção, atenção e curiosidade
· O seu corpo fala. Olhe o seu interlocutor nos olhos : procure evitar cruzar os braços sobre o peito ou desvios do olhar
· Utilize a CNVComunicação Não Violenta, para perceber os seus sentimentos e necessidades.

A Elos Saudáveis está a preparar para Novembro uma nova ação de formação: Comunicação e Relações Saudáveis em Contexto Educativo. Com base nos conceitos da Comunicação não Violenta, Atenção Plena e Escuta empática, entre outros; propomos uma visão renovada da comunicação entre todos os atores do processo educativo, incluindo e dando voz às crianças e aos jovens!

Crie uma equipa ou um grupo multidisciplinar que inclua pais, professores, auxiliares, administrativos e outros interessados em contribuir para uma comunicação mais fluida e harmoniosa na comunidade educativa. Temos condições especiais para grupos!

Esperamos por si!